"Foi o tempo que dedicaste a tua rosa que a fez tão importante"
(Antoine de Saint-Exupéry)

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Síndrome de Asperger

                                                                       
Hoje vou falar sobre o livro que terminei de ler...o título e a foto da capa do livro chamam atenção logo de início: OLHE NOS MEUS OLHOS...uma narrativa real de uma pessoa com a quase desconhecida, pelo menos para mim, síndrome de Asperger...conheci o livro através de uma amiga que admiro, que conhece muito de perto tudo isso, que convive com o filho com asperger e sempre tenta mostrar que é possível sim, ver tudo com outros olhos. Foi o que aconteceu comigo após ler o livro.
O livro é descrito pelo próprio John, que escolheu esse título por que foi a frase que mais ouviu a infância inteira...asperger é um tipo de autismo, mas ao mesmo tempo a história da vida de John é tão fascinante que faz pensar, faz a gente abrir de verdade os olhos sobre pessoas ditas "especiais".
Ele tinha pais problemáticos, inteligentes, mas talvez com algum distúrbio mais sério apesar de o pai ser professor universitário, e a mãe constantemente alcoolizada, mesmo tendo o dom da escrita...nunca tentaram entender ou ajudar o seu filho “diferente”. Com o nascimento do irmão, as coisas deveriam ter ficado mais evidentes para os pais, mas eles não reparavam ou não sabiam lidar com a situação...John criava planos mirabolantes, escondia o pequeno irmão dizendo que um amigo o tinha levado embora, criava esconderijos e fazia o irmão confirmar todas as suas "estórias", chegou a criar bombas caseiras e a incendiar a própria casa...Num trecho do prefácio o irmão de John explica como foi sua infância com ele:
“Ele moldou minha infância. Primeiro ensinou-me a andar. Depois, armado com pedaços de pau e cobras mortas, me perseguiu e ensinou-me a correr. Eu o amava e o odiava com a mesma intensidade.”
Quando seus pais se separaram ele aventura-se em situações e trabalhos surreais. Como sempre teve habilidades com equipamentos eletrônicos e mecânicos, envolve-se com bandas musicais como Pink Floyd, Iron Maiden e passa a fazer parte da equipe de efeitos especiais da Banda KISS.
Ele revela no decorrer do livro, que os anos de revolta contribuiram pra o autoconhecimentos de suas necessidades de "fazer parte do mundo" de se "integrar as pessoas".
Foi realmente diagnosticado Asperger aos 40 anos de idade, sendo que na sua infância essa doença era totalmente desconhecida ainda, mas foi a sua forma particular de ver o mundo que moldou sua vida, e que o fez aprender a enxergar o nosso. Um relato sincero, e profundamente humano...
 "O mundo precisa saber que existem enormes diferenças de comportamento humano. As pessoas estão muito dispostas a descartar alguém que não responde como elas gostariam."  John Elder

3 comentários:

  1. Linda Néia

    Dentro das diferenças é que se encontra a igualdade humana.

    Beijos

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  2. Néia,
    Amei as suas palavras, lembram a nossa realidade que muitas vezes precisamos ler ou escutar para saber o quanto as nossas vidas são parecidas com as das outras pessoas. Depois de muitas tempestades, resolvida optar por chuvas mais fracas este ano, quero viver mais e sentir a realização com o gostinho da primeira vez! Vcs são pessoas especiais que adorei conhecer! Sucesso com o seu blog!
    Beijos
    Fabi

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