"Foi o tempo que dedicaste a tua rosa que a fez tão importante"
(Antoine de Saint-Exupéry)

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Depois da Tempestade!


Depois das grandes tempestades em nossas vidas, quando por vários dias, meses ou até anos, nosso céu fica cinza e nossa vida sem cor, ao invés da bonança as vezes costumamos fechar a alma para balanço, até dizemos estar disponíveis ao diálogo, mas bem no fundo do nosso coração colocamos uma porta, e esta porta fica tão trancada que, se nós mesmos não a abrirmos, tornar-se-á quase que intransponível. E isso as vezes demora muito tempo, como se nossa casa tivesse sido saqueada e o medo de que fosse arrombada de novo não nos deixasse viver sossegados, como se não fossemos merecedores de paz ou felicidade.
Visitantes cadastrados até poderiam chegar ao jardim, no portão, no elevador... Mas passar da soleira, passar pelo “Bem Vindo” ou “Aqui mora gente Feliz”...quem disse?
E ficamos tantas vezes nos perguntando o porque que não deixamos ninguém se aproximar muito de nós quando sofremos uma grande perda? Um grande decepção? Uma grande dor? Deveríamos nessas horas dar mais espaço para que todos nos visitem, deveríamos abrir o coração, ao sofrimento, as lágrimas, a dor. Fingimos não enxergar o letreiro luminoso de "passagem proibida" ou os cadeados enormes que colocamos nos portões e nos muros que erguemos ao redor de nós.
Mas, só as pessoas sensíveis enxergam esse bloqueio, e são geralmente elas que não insistem, que dão tempo ao tempo...mas deixam sempre claro que estão ali...as não tão persistentes se afastam.
Mas aquelas com quem temos afinidade e cumplicidade, aqueles sentimentos do fundo da alma, aquelas que conseguem invadir nossa fortaleza, nossos segredos, chegam até o lugar em que guardamos nossas mágoas, nossas dores, chegam a tocar fundo em nosso coração.
Embora digamos sempre o contrário e saibamos que a falta das amarras num porto onde poderemos atracar quando estamos à deriva pode constituir uma bela teoria de liberdade, precisamos desses seres. Precisamos ficar a deriva...mas precisamos saber que temos as cordas, a ajuda ao nosso alcance, mas barcos, portos, cais e afins fica pra próxima...
Temos o poder de escolher nossos amores, trabalho e amigos, sempre achamos que fizemos as melhores escolhas. As vezes temos até alguns "inimigos" e, entre os nossos conhecidos, pessoas incompatíveis conosco, as quais não temos a mínima afinidade, são eles que nos ajudam a exercer a nossa paciência, a superar os nossos limites, a crescer como pessoas, nem que seja para que lhes mostremos do que e o quanto somos capazes.
Precisamos ter histórias para contar a nossos filhos, sejam elas com finais tristes ou felizes.
Precisamos passar por experiências que nem sempre são gratificantes, pois uma existência passada em brancas nuvens é uma existência sem frutos, sem amadurecimento.
Mas são explicações que talvez nós leigos, não consigamos facilmente entender.
A única coisa que podemos arriscar, é que nada acontece por acaso e que a vida pulsa em cada esquina...

Um comentário:

  1. Néia

    Você consegue fazer-me chorar com sorriso nos lábios. Depois de ler seu texto, vou ver o mar, para apreciar um pouco mais da vida.

    Beijos
    Telma

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