"Foi o tempo que dedicaste a tua rosa que a fez tão importante"
(Antoine de Saint-Exupéry)

sábado, 30 de abril de 2011

Sábado de Chuva!!!!


 Foto: Visita mais do que esperada dos titios!!!


E depois de uma semana intensa, onde todos os elementos se fizeram presentes,  dos mais comuns aos mais inusitados. Despedida, Casamento, Aniversário...
Sendo que a semana começa mesmo no domingo, afinal segunda é o "segundo dia"...então no domingo, a despedida dos amigos, braços erguidos para o até breve. Depois o ritual da Páscoa....coelhos, cestas, casa da vovó...o cheiro de infância voltou, inundou encheu meu coração de saudades, de vontades insistentes mas impossíveis...
Lembro de todos nós, sentados naquela mesma mesa, os sorrisos, diante daqueles dias, do descompromisso, das despreocupações.
Por que tudo parece tão diferente hoje? Mesmo com a presença de todos os elementos necessários parece que a magia não é igual...
Enquanto nossa princesa dorme, o silêncio se faz, quebrado apenas pelo ronronar da gata que simplesmente aparece junto com a falta de sons.
Final de tarde cinzenta, cheiro de chuva, o céu tornando-se um breu de nuvens.
Luzes que se acendem aos poucos no horizonte de prédios de um lado e montanhas de outro.
Eu hoje.
Minha versão mais elemental acho que seria a Água...ou a Terra?
Juntando o Fogo e o Ar. O outono se faz, e deixo mais uma vez minhas folhas caírem, sob o olhar do céu, tentando inutilmente me segurar em algumas delas. Inevitavelmente o inverno chegará, as tardes frias, os cafés, as lãs.
Na verdade o que importa mesmo é termos um cúmplice para os dias de chuva.
Alguém que chegue com as flores preferidas, encha os vasos e a casa de cor.
Alguém que faça parte de sua vida e sua história, e que ainda se empolgue em ouvir as histórias das quais não fez parte por conta dos ciclos incansáveis do tempo. 
E a voz ainda rouquinha vinda do quarto....mãe??????
Me traz de volta ao sábado chuvoso, hora de visitar amigos....
 
Foto: Priminhas - Páscoa 2011 na casa da vovó.
 

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Pablo Neruda e o Outono

 

Poema VI de Pablo Neruda

Te recordo como eras no último outono.
Eras a boina cinza e o coração em calma.
Em teus olhos pelejavam as chamas do crepúsculo.
E as folhas caiam na água de tua alma.

Apegada a meus braços como uma trepadeira,
as folhas recolhiam tua voz lenta e em calma.
Figueira de estupor em que minha sede ardia.
Doce jacinto azul torcido sobre minha alma.

Sinto viajar teus olhos e é distante o outono:
boina cinza, voz de pássaro e coração de casa
fazia onde emigravam meus profundos anseios
e caiam meus beijos alegres como brasas.

Céu desde um navio. Campo desde os cerros.
Tua recordação é de luz, de fumaça, de tanque em calma!
Mais além de teus olhos ardiam os crepúsculos.
Folhas secas de outono giravam em tua alma.

(Retirado de: Vinte poemas de amor e uma canção desesperada)

terça-feira, 19 de abril de 2011

Nós na Fantástica Patagônia!!!!

Hoje senti uma saudade irresistível de voltar a lugares por onde já voei...e o mais fantástico de todos com certeza foi a Patagônia!!! Impossível definir!!!
O lugar mais frio que já estive, mas onde me senti mais aquecida na alma, tive certeza que Deus existe, que a perfeição também existe...o lugar é irreal...
Ficar ouvindo só o barulho do vento, que é muito forte, e o tilintar do gelo se quebrando....
Todos os tons possíveis e imagináveis de azul....icebergs, glaciares, uma ilha chamada Ushuaia e que fica literalmente no fim do mundo...Estávamos pertinho da Antártida...

A neve que caía lenta e suavemente parecia bailar...já os quilometros intermináveis de neve compactada das geleiras...o silêncio...

Pequenas Ilhas habitadas por animais marinhos.... ( o que ninguém conta é que eles são muuuuito fedidinhos...rsss)
Impossível descrever...mesmo com as imagens que não foram poucas e que tenho vontade de transformar numa série por aqui....
As melhores lembranças ficarão gravadas pra sempre na alma....Mudei depois de Ushuaia, El Calafate, meu espírito parece mais rico e calmo, depois da imensidão, do nada.

Bons vinhos, pub com cerveja irlandesa, ouvir o barulho e observar uma geleira, de poder pegar um uísque de alguns anos e tomar com gelo milenar....

                                                  

A visão da natureza intocada.
Poderia falar por páginas e mais páginas sobre tudo o que vi e vivi durante aqueles dias....mas nada se compara as lembranças da mente....e quero mantê-las vivas, contar todas pra Ana Clara e logo, logo apresentá-la a parte mais austral e gelada do nosso continente....

                                       Foto: Nós numa das geleiras milenares da Patagônia!

"A cidade do fim do mundo fica numa ilha do sul da Argentina, no extremo da Terra do Fogo, na fronteira com o Chile, a mil quilômetros da Antártida e a 3.200 km ao sul de Buenos Aires. Quase polar, ela está cercada pelos Andes, que lá desabam no oceano formando fiordes como os da Noruega, picos de neves eternas como nos Alpes, glaciares, icebergs e ilhas habitadas por multidões de gaivotas, leões-marinhos e pingüins.
Esse lugar, onde fica o Farol do Fim do Mundo, que inspirou o romance de Júlio Verne, chama-se Ushuaia.
Cidade portuária no meio do Canal Beagle, na ponta da América do Sul, entre o Atlântico e o Pacífico, fica praticamente ao nível do mar, embora cercada de montanhas que atingem dois mil metros.
A paisagem é sempre fantástica, com a grande Cordilheira dos Andes finalmente "caindo" no mar num movimento abrupto de 90º na direção leste.
Ushuaia, aliás, é a única cidade transandina da Argentina, pois todas as outras situam-se à direita dos Andes e essa fica à esquerda, depois deles. São os cumes dessas montanhas que formam os estreitos golfos e fiordes onde se refugiaram diversificadas formas de vida.
O porto de Ushuaia também é o ponto de partida para emocionantes aventuras a bordo de veleiros, barcos maiores ou catamarãs panorâmicos com calefação, que percorrem as ilhas, baías e enseadas e chegam até os últimos refúgios da vida, antes da Antártida.
Imagens inesquecíveis de um mundo de fronteira, onde a vida se adaptou a condições inóspitas."
(Fonte: Terrra Turismo)

                                           Foto: Nós no Farol do Fim do Mundo - Ushuaia...

                                          Foto: Eu no Glacial Perito Moreno
..."Tive consciência de que estava vivendo um momento inesquecível na minha vida - estes momentos mágicos que só conseguimos entender depois que já foram embora. Estava ali por inteiro, sem passado, sem futuro, vivendo apenas aquela manhã, aquela música, aquela doçura, a prece inesperada. Entrei em uma espécie de adoração, de êxtase, de gratidão por estar neste mundo ..." (A Bruxa de Portobello - Paulo Coelho)
                                                      Foto: Ushuaia!!!!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Música e Poesia Fazem Bem pra Alma!!!


Segundo o dicionário Poesia é “inspiração”, “arte de escrever em versos”, acho uma definição pequena. Poesia é muito mais que isso, pode ser musicada, editada, vivida, sonhada. E música “é arte e ciência de combinar harmoniosamente os sons”...
Muitos de nossos compositores conseguem unir a poesia com a arte da música. Não há sintonia mais bela e perfeita, pois ambas são alimento para a alma.
A poesia e a música sempre estiveram lado a lado, às vezes de mãos dadas, entrelaçadas, sempre na busca de novas formas de comunicação, expressão para registrar o tempo, o momento presente.
Como explicar o que a música faz com a gente?
Existem canções que parecem feitas pra gente. A “música mágica”, que geralmente nos deixa diferentes, nos faz sentir algo difícil de explicar, acho que nessas é diretamente a alma que as ouve... você consegue ver o brilho nos olhos, sentir, quase tocar com as mãos.Mas poderia citar muitos outros, Nando Reis, Renato Russo, Pablo Neruda, Caetano Veloso, Andrea Bocelli, Vinícius de Moraes, Mário Quintana, Fernando Pessoa...sim, acho difícil deixar cada um isolado em lados diferentes, eles fazem música, poesia, eles fazem bem a alma é como dar cor, vida, nuance as palavras.
Acredito que algumas instrumentais, englobam tudo isso, sem uma palavra, elas provocam sentimentos contraditórios dentro da gente. Fechar os olhos, sentir que está vivo, o começo, o meio e o fim, sem um justificar o outro...
Poderia citar tantas, mas acho que isso é mais que uma escolha, depende do sentimento de cada um. Depende do momento..

Diria que pra mim a música Relicário de Nando Reis http://www.youtube.com/watch?v=hISDd8Rp55w é a perfeita definição de sentimentos, emoção.
Acredito que o compositor tem a consciência de que a linguagem é um material vivo, um reino de palavras mágicas, questões pessoais, históricas e filosóficas. Ele não deveria nunca ser técnico, deveria transmitir sempre o que sua alma sente.

Acho que poesia e música se difundem em muitos aspectos, principalmente quando a profundidade de seus escritos servem para identificar a afinidade de quem as conhece.
O artista, seja ele o poeta da palavra ou o poeta da composição musical,  sempre é um canal aberto a comunicação entre as pessoas, fazendo todos os sentidos se excitarem ao apreciar uma boa combinação de palavras, tornando o mundo mais leve, mais musicalmente poético e colorido.

"Como a poesia, a música retrata os estados da alma e as ondulações do coração, e concretiza os pensamentos invisíveis, e descreve o que há de mais belo nos desejos e sensações do corpo."
(Khalil Gibran)


domingo, 10 de abril de 2011

O Outono e as Folhas Secas do Passado

                                                                                  
                                  Foto: Ana Clara e as Folhas Secas do Outono de 2011...

E os dias de frio estão chegando...e são sem dúvida, dias lindos, com o sol brilhando com toda a sua intensidade quase sempre num céu sem nuvens.
Lembram a infância,  quando nos limitavam os movimentos a quantidade de roupas, gorros, cachecóis, lãs...
Bolinhos de banana, café com leite quentinho..pra esquentar o coração como dizia meu avô.
Nada parecido com todo aquele temporal ameaçador e lindo dessa semana, todo aquele gelo batendo com força nas vidraças e estilhaçando algumas delas, molhando a sala, lavando e energizando todo o ambiente. Algumas telhas voando pelos ares como folhas secas.
O dia virou noite, e só se via o branco do gelo no chão quando os relâmpagos iluminavam...o vento assustador paralisava.
E a chuva veio, alagou ruas, derrubou árvores, fez estragos...lavou a alma, as janelas, e meu jardim todo florido ficou sem flores e nem sequer folhas...
Os dias de chuva têm sempre uma atmosfera particular. Eles dão a qualquer acontecimento uma dose de mistério, de encantamento. Acredito que a chuva junto com o vento tenha o poder de libertação para nossos pensamentos.
Em dias assim tenho vontade de sair na chuva, de sentir os pingos, pisar na grama e sentir o pé encharcar, voltar para o lugar de onde tudo começou, voltar a ser eu mesma, na essência, na alma, na doçura e ingenuidade da criança que fui.
De viver um sonho com todo o sentimento dos sons, cheiros e cores do passado, as lembranças vivas na memória, e ao mesmo tempo que esteja sonhando a mente esteja bem acordada pra reviver tudo...

Vontade comer aquele pão ainda quente com a margarina derretendo .
De voltar a lugares fantásticos onde já estive... Sei que preciso do cinza, preciso da neve, do frio, das nuances de cores patagônicas, preciso voltar lá pra saber se realmente foi tudo real o que vi e vivi.
Vontade de sair caminhando sob esse céu estrelado, essa lua linda e amarelada que hoje estampou o céu mais lindo dos últimos dias. Ela anuncia a chegada de uma vida.
Quando criança eu sempre achei que conseguiria contar todas as estrelas do céu, e que um dia embarcaria num foguete para visitar algumas delas...
Pois é...acho que é o outono que faz isso comigo...as lembranças chegam, invadem meus pensamentos, e em silêncio contemplo e agradeço a vida...


                                            Céu da minha janela hoje no final da tarde.
"...Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Ás vezes, um galo canta. Às vezes, um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.
(Cecília Meireles)

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Ela Nasceu para os Holofotes!!!


"Todas as pessoas grandes foram um dia crianças
Mas poucas se lembram disso"
(O Pequeno Príncipe)


Ouvi esssa frase de uma argentina a primeira vez que ela desfilou...
Achei um exagero total...mas hoje as vezes me surpreendo pensando....
Quem pode resistir a isso???
Acho que ela deveria ser cientista, ter sonhos como a sua mãe tinha: viajar num foguete, conhecer galáxias e quem sabe encontrar com o pequeno príncipe no seu planeta...
Ou quem sabe seguir biologia, estudar o mundo, seus ecossistemas, a vida, o planeta...

Mas...o futuro a ela pertence..e sinceramente espero que ela migre para outros caminhos....mais consistentes, mais reais....

Quem sabe ser uma cuidadora de gente:????
Ahhh se pudéssemo escolher o destino de nossos amados filhos!!!!